LGPD e porque uma lei de proteção de dados

Para entender a importância da LGPD, precisamos entender primeiro o que são dados e porque ter privacidade

O que são dados?

Dados são informações, documentos ou qualquer coisa que permita deduzir algo sobre qualquer coisa, por exemplo, um número inteiro é um dado, tal como o número 10. Mas 10 não quer dizer nada certo? Então aí é que entra o contexto, e se eu disser que 10 é o número da camiseta de um esportista?

Agora temos dois dados e começamos a reconhecer, imagine então que eu fale que ele joga futebol, que namorou uma atriz e que mora na Europa. Percebe? São dados que isoladamente não tem muita função, mas juntos passam a identificar pessoas, hábitos, rotinas, funções e uma infinidade de possibilidades.

Imagine então outro cenário: Você foi a farmácia, com uma infecção de pele, por exemplo, uma micose, então comprou cetoconazol, colocou seu CPF para ter desconto. Agora a empresa que coletou este dado, não sabe quem você é, mas sabe seu nome, sabe onde mora, seu documento e sabe que teve um problema de pele (ou alguém próximo). Agora imagine isto em anos de coleta de dados seus, eles conseguem prever inclusive suas próximas compras e gerar interesse baseados nisto. E claro aqui não estou contando outros meios, como geolocalização, mac address do seu celular, dados do seu cartão de crédito.

Então veja, anteriormente você era apenas o “João” ou a “Maria”, agora é o João, que mora no Tatuapé, que vai semanalmente a farmácia, que gosta de desodorante em spray, que paga no crédito e veja, que tem micose. Pois é, é um exemplo estranho a micose mas é ai que começa o problema.

Apesar de ser uma infecção comum, ninguém sai na rua contando que teve micose certo? E este é o ponto. O que garante que estes dados que eles tem de mim são usados de forma adequada, não vão vazar podendo inclusive me envergonhar, causar graves consequências a minha vida, carreira e outros?

Pense então em mais um bom exemplo! E se vazam os dados do Tinder? É agora a coisa ficou feia.

Na imagem abaixo, alguns dos maiores vazamentos de dados dos últimos 3 anos.

 

Fonte: https://www.dlapiperdataprotection.com/

O caso Cambridge Analytica

As coisas começaram a apertar no sentido de proteger dados, após o polêmico caso da Cambridge Analytica. Basicamente, eles criaram um algoritmo que podia entender o perfil psicológico das pessoas, através de métodos como o Big Five, que mapeia traços da personalidade. Usando isto capturou através do Facebook e separou as pessoas em grupos.

Nas eleições americanas então, através deste sistema, foi possível que a campanha de Donald Trump enviasse para cada perfil (por exemplo, quem o apoia, quem não apoia ou quem está em dúvida) uma mensagem ou notícia baseada em causar uma visão boa dele e ruim do adversário. Inclusive existem acusações do uso de Fake News, onde o termo acabou sendo globalizado.

Após estes eventos, ficou clara a necessidade de proteger estes dados e criar não só regras mas também órgãos que fiscalizassem de forma independente ou governamental como os dados eram utilizados, se as regras eram cumpridas e se existia uma necessidade de mudar estas regras.

Assim nasceu a GPDR!

General Data Protection Regulation

O Regulamento Geral de Proteção de Dados, nasceu na Europa, após o caso da Cambridge Analytica, baseado em um artigo bem mais antigo, pasmem, na convenção 108 do conselho da Europa, em 1981 seguindo as Privacy Guidelines da OCDE de 1980 (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)

Ou seja, a privacidade de dados já é uma preocupação constante, inclusive, antes disto já se falava da necessidade, antes mesmo da segunda guerra, onde se avançou coisas como criptografia e outros.

E a partir da GPDR, todos os países começaram a buscar suas regras, inclusive o Brasil e ai nasceu a LGPD.

Abaixo você pode ver os países onde as regras de proteção de dados são mais radicais ou menos.

 

Fonte: https://informationisbeautiful.net/

Lei geral de proteção de dados.

A LGPD ou Lei geral de proteção de dados, basicamente é a regulação do controle de dados de pessoas (não inclui dados sobre empresas, por exemplo), sendo assim, é um conjunto de regras criados para dar segurança jurídica, principalmente, como falado acima, a caráter da sua reputação.

Ela prevê além de corretivos educacionais, multas bastante pesadas (2% do faturamento do ano anterior) limitados a 50 milhões de reais, e isto muda o que?

Muda que agora as políticas de privacidade de dados precisam ser mais claras, mais transparentes e você agora é realmente responsável pelos dados que captura. Principalmente os dados sensíveis.

Mas o que são dados sensíveis?

Dados sensíveis são todos os dados que podem indicar e diferenciar a pessoa que estamos falando, então por exemplo, nome, rg, cpf, email são dados PRIVADOS, afinal, saber o número do seu CPF não faz com que eu saiba quem é você, agora, dados como religião, ideologia política, preferência sexual, começam a mostrar quem de fato você é, podendo assim lhe diferenciar e aí que está o problema.

Estes dados podem mostrar coisas que você não quer dizer ou podem ser usados contra você, como eu disse acima, uma pessoa casada que usa o Tinder.

E imagina então o tamanho do prejuízo quando um dado deste é usado, como no caso da Cambridge Analytica, para conseguir benefícios que lhe diferencie ou prejudique concorrentes?

E os dados que capturo?

Provavelmente você já captura muitas informações, como dados para leads, compradores do seu produto ou serviço, até mesmo as fotos que são retiradas na recepção do prédio, e como tem tratado isto?

É muito importante levar a sério, sua empresa já está preparada?

A G+P atua na parte consultiva, palestras e aplicação das regras de LGPD para nossos clientes, se quiser saber mais: contato@gmaispdigital.com.br ou acesse nossa página de contato (clicando aqui)

Boas vendas