Jeff Weiss, fundador da Age of Majority, uma consultoria que conecta o varejo ao público sênior, tem uma carreira de mais de 30 anos no marketing, onde testemunhou o uso de estereótipos em campanhas publicitárias. Em uma entrevista recente, ele destacou que, apesar das mudanças, ainda vemos clichês como a ideia de que os mais velhos rejeitam a tecnologia. “As coisas estão evoluindo, mas ainda persistem ideias antiquadas sobre o que os consumidores da terceira idade realmente querem”, afirmou.
Weiss criou dois modelos relevantes que já foram discutidos no blog: um sobre os 12 mitos do público sênior, que são manifestações claras de etarismo, e outro sobre os 11 principais perfis dos consumidores com mais de 50 anos, que ele acredita serem fundamentais para direcionar campanhas publicitárias eficazes.
“Baby boomers e a geração X, que agora está na faixa dos 50 anos, são mais saudáveis e continuarão no mercado de trabalho por mais tempo que as gerações anteriores. As pessoas não querem ser rotuladas, mas o marketing ainda insiste em focar na idade, quando deveria focar nas atitudes e nas perspectivas dos consumidores”, explica Weiss.
Ele alerta para o que considera “o beijo da morte” no marketing: associar um produto diretamente à idade do público. Para ele, campanhas que dizem “Agora que você tem mais de 60 anos, vai precisar do produto A ou B” estão reforçando um estereótipo negativo de limitação. Isso não acontece nem mesmo com os millennials (nascidos entre 1980 e 1995), que também rejeitam ser rotulados. “Quando as campanhas se baseiam no comportamento do consumidor, elas são mais eficazes, pois as mensagens são direcionadas a grupos específicos, não a um público homogêneo”, destaca.
Weiss usa um exemplo clássico para ilustrar como o marketing por idade pode ser falho: o lançamento das bicicletas Peloton. A marca, ao promover seu produto com jovens atléticos, falhou em perceber que o público-alvo do equipamento, devido ao seu preço, era majoritariamente mais velho. “O público sênior quer se ver refletido nas campanhas. Ter embaixadores da marca e influenciadores dessa faixa etária é essencial para criar uma conexão genuína”, completa Weiss.
Fonte: G1 – Globo