Grupos de afinidade: Impulsionando a inclusão e o marketing das empresas

Os grupos de afinidade, também conhecidos como ERGs (Employee Resource Groups), têm uma história de mais de 50 anos como catalisadores da inclusão nas empresas. Originados nos Estados Unidos durante um período de tensões raciais, essas comunidades começaram como redes internas de profissionais negros da Xerox, que buscavam promover a diversidade e a inclusão dentro da empresa.

 

Hoje, segundo a Forbes, mais de 90% das empresas da lista global da Fortune 500 possuem ERGs. E no Brasil, 46% das empresas com programas de diversidade também têm grupos de afinidade formais, de acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). Esses grupos abrangem uma variedade de temas, como gênero, sexualidade, etnias e talentos, e têm como objetivo aumentar a inovação e a retenção de talentos.

 

Participar de um grupo de afinidade permite que os colaboradores se sintam autênticos em seu ambiente de trabalho, encontrando significado e propósito em suas atividades. Além disso, uma pesquisa da Salesforce mostrou que 75% dos membros de ERGs estão mais engajados em atividades voluntárias na comunidade local, o que demonstra o impacto social positivo gerado por essas iniciativas.

 

Além de promover a inclusão e a retenção de talentos, os ERGs oferecem uma visão crítica interna para as lideranças das empresas. Eles podem chamar a atenção para processos que não são inclusivos e criar ambientes seguros para as pessoas que pertencem a grupos minorizados.

 

Os grupos de afinidade também trazem benefícios para a comunicação e a relação com o público e a sociedade. Ao conhecer melhor a diversidade de clientes por meio desses grupos, as empresas podem criar campanhas mais amplas e eficientes, abrindo-se para diferentes pontos de vista ao longo do processo criativo.

 

Apesar do crescimento e da importância dos grupos de afinidade, muitas empresas ainda não têm infraestrutura adequada para apoiar essas iniciativas. Para garantir seu sucesso, é essencial que a alta liderança demonstre comprometimento, estabelecendo uma comunicação direta com os líderes dos ERGs e garantindo recursos e suporte igualitários.

 

Uma pesquisa da Mckinsey mostrou que quem pertence a ERGs eficazes se sente mais incluído no trabalho do que quem faz parte de ERGs ineficazes. O estudo também descobriu que a dimensão mais eficiente dos grupos de afinidade, na visão de seus participantes, é a construção de comunidades.

 

Além disso, é fundamental facilitar a conexão entre líderes de diferentes grupos para que possam compartilhar aprendizados e recursos. Os ERGs devem ser ouvidos em diferentes fóruns ao longo do ano, não apenas em datas comemorativas, e as demandas devem ser tratadas de forma igualitária, sem privilegiar causas ou pessoas.

 

Ao compreender o poder dos grupos de afinidade, as empresas podem criar ambientes de trabalho mais saudáveis, impulsionar o marketing e estabelecer uma comunicação interna e externa mais inclusiva. Os ERGs são parceiros indispensáveis para os times de marketing, fortalecendo a construção de relacionamentos com o público e contribuindo para a manutenção de ambientes diversificados e inclusivos.

 

Como as empresas podem apoiar grupos de afinidade?

  1. Compromisso de alta liderança.
  2. Disponibilizar recursos e suporte
  3. Conectar líderes de diferentes grupos
  4. Não transformar os grupos em trabalhos a mais
  5. Valorizá-los o ano todo, não só em datas comemorativas 

 

Investir em grupos de afinidade não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma estratégia inteligente para o sucesso e a relevância das marcas no cenário atual, que valoriza a diversidade e a inclusão. Ao valorizar a potência de uma equipe mais diversa e o papel dos grupos de afinidade, as empresas estão se posicionando como agentes de mudança positiva na sociedade.