Brasil x Estados Unidos – O varejo americano

A G+P atua no mercado brasileiro, latino e americano, principalmente no varejo digital e por serem mercados tão diferentes, precisamos entender suas diferenças, não só de país ou região, mas principalmente de diferenças locais, políticas e geográficas.

Para dar um exemplo, temos um cliente que é uma escola de futebol brasileiro global, um dos países que atuam é o Estados Unidos, onde as escolas tem públicos completamente diferentes, na Califórnia, além do calor, o público é inteirado, liberal e existe uma competitividade enorme com muitos players no mercado, incluindo grandes times de futebol, já do outro lado do país, temos cidades como Olean, Buffalo, Allegany, no estado de New York, onde temos neve boa parte do ano, o esporte é muito mais indoor e temos um público mais familiar, mais competitivo, mais frio, já na beirada do Canadá.

Estas diferenças nem sempre são perceptíveis nos nossos primeiros rascunhos estratégicos e por isto muita gente tem dificuldade de expandir seu negócio ou sua comunicação para fora do país. Mas se parar para analisar com calma, basta sair da sua cidade por 70 km e vai perceber uma diferença cultural enorme, um consumo completamente diferente e isto muda muito em cidades satélite, em litorais, em cidades turísticas e históricas, resumindo, não é fácil comunicar para públicos tão diferentes.

Mesmo sendo um pouco injusto comparar mercados, onde o Estados Unidos tem diversas empresas de varejo entre os 10 maiores do mundo, incluindo a maior, o Brasil ainda dá aula em outros aspectos.

Primeiramente o PDV é uma coisa interessante, lá temos muito mais grana investida, lojas muito maiores e com preços muito mais competitivos mas aqui temos muito mais mão de obra, onde é notável melhor gestão de estoque e inteligência de gôndola, não se faz muito aqui pilhas e pilhas de produtos que não venderam por exemplo a preços de queima de estoque.

Outro ponto muito diferente é a oferta, a competição lá é muito maior do que aqui, no Brasil temos marcas dominantes que impedem a entrada de outras utilizando seu poder financeiro ao pressionar varejistas e distribuidores, enquanto lá os varejistas ditam as regras, o que leva a negociações melhores ou até mesmo mudanças de posturas de gigantes do mercado, como por exemplo, quando a Sony mudou a ideia de limitar a venda de jogos usados e foi pressionada pelo varejo, voltando atrás menos de um mês depois.

Outra diferença, principalmente a caráter de varejo eletrônico ou digital, é a fraude, o Brasil é líder de fraudes bancárias no mundo e um dos países com maior índice de fraudes de e-commerce, tanto que uma das batalhas do varejo digital e das operadoras de cartão está em como gerir as fraudes e os famosos chargebacks, mas pasmem, o Brasil é um dos países com a maior tecnologia bancária do mundo, exatamente por vivermos em um país com tantas fraudes. E como isto afeta o mercado? Bom, é exatamente por isto que temos um alto índice de desconfiança e isto se reverte em baixo índice de conversão, onde em média, a conversão é 6 vezes mais alta no Estados Unidos.

Para fechar, uma curiosidade, é que este tipo de diferença é extremamente brutal quando se envolve política, onde por exemplo, um seguidor do Trump (ou de algum concorrente) não compraria um produto de um produtor que é contra este tipo de política, enquanto no Brasil, mesmo empresas envolvidas em grandes escândalos, em poucas semanas recuperam suas vendas e seus problemas esquecidos.

Ter uma empresa com conhecimento e experiência no varejo internacional pode fazer toda diferença no seu crescimento e do seu produto ou serviço, avalie bem como começar suas entradas, não apenas de forma legal e contábil mas também em como vai se comunicar.

Boas vendas.